Para um cineasta independente, a filmagem quase sempre vem acompanhada de um custo alto. Principalmente quando se trata de um cineasta Brasileiro, esses custos multiplicam-se em várias vezes. A indústria cinematográfica brasileira ainda está na fase inicial de crescimento, portanto ainda existe uma dificuldade em obter equipamentos profissionais.
Além do mais, vários equipamentos precisam ser importados do exterior e estão sujeitos a taxas de importação. Não é raro um cineasta brasileiro depender de subsídios governamentais para conseguir os recursos necessários para iniciar um novo projeto, ou até mesmo utilizar o seu próprio dinheiro. Apesar disso, cineastas brasileiros independentes apostam nas novidades tecnológicas para produzir os filmes que movem a indústria.
Rafael Duarte e Taísa Ennes Marques fazem parte desse movimento. Juntos, eles fundaram uma pequena empresa de produção cinematográfica no sul do Brasil, onde mantém uma produção constante de filmes de curta-metragem – sejam independentes ou financiados pelo governo. Os esforços estão valendo a pena. Depois de receberem o Prêmio ABC de Melhor Fotografia para Curta-metragem, da respeitadíssima Associação Brasileira de Cinematografia, a empresa está encontrando um nicho de mercado promissor. Segundo Rafael, o lançamento da Blackmagic Cinema Camera alavancou sua trajetória.
“A chegada da Blackmagic Cinema Camera ao Brasil virou nosso mundo de ponta cabeça”, ele disse. “De repente, percebemos que seria possível obter resultados de qualidade cinematográfica mesmo com o orçamento limitado.”
Desde então, a produtora integrou a Blackmagic Design tão profundamente em seu fluxo de trabalho que agora a equipe utiliza várias câmeras, inclusive a Blackmagic 4K Production Camera, como também o DaVinci Resolve para a correção de cor.
Eles enfrentaram vários obstáculos antes de utilizar Blackmagic. “Taísa e eu nos conhecemos em um período de nossas vidas em que ambos querÍamos fazer filmes, mas não sabíamos por onde começar,” disse Rafael. “O cinema no Brasil, principalmente no sul, é difícil. Não existe uma grande indústria cinematográfica, dependemos muito de subsídios do governo. E quando éramos mais jovens, não sabíamos como lidar com isso. Então, resolvemos unir forças e começamos a fazer filmes com nosso próprio dinheiro.”
A dependência nas câmeras baratas acabou sendo uma experiência frustrante. Independentemente da câmera utilizada, os resultados ficavam aquém de um padrão de qualidade internacional. Modelos mais caros estão fora de cogitação, mas a produtora precisava de uma câmera mais adequada para a visão de Rafael e Taísa. Ao descobrir a Blackmagic, foram inspirados pelo seu potencial cinemático. Juntaram seus recursos para comprar uma Blackmagic Cinema Camera. Ao usá-la pela primeira vez nos cânions do sul do Brasil, foram surpreendidos.
“Apesar de ser uma câmera prática e com preço acessível, a forma como o obturador captura a imagem, a latitude e a quantidade de informação do arquivo DNG realmente valorizam a imagem“, disse Rafael. “O resultado superou nossas expectativas. Mesmo usando apenas a luz do sol e um rebatedor, os resultados ficaram lindos. Nunca me estresso durante as filmagens. Mesmo se estiver com pressa ou com algum problema, basta garantir que a luz esteja no lugar certo e que os claros não estejam estourando, por exemplo, que o resto é possível administrar dentro do Resolve. Sempre fica lindo.”
“Caçando” uma Hiper-realidade e o visual RAW
A Blackmagic Cinema Camera de Rafael e Taísa rapidamente tem se tornado uma peça-chave para seus filmes, programas de televisão, e outros projetos. Esse ano, o projeto-destaque da produtora foi o filme “Caçador”. Com o orçamento baixíssimo de US$2.000, Caçador dependeu da Blackmagic Cinema Camera para seu visual particular: uma mistura de conto de fadas com Faroeste, inspirado pela figura folclórica do Gaucho. Um pedaço de híper-realidade projetado na tela.
“Nós trabalhamos em locações inóspitas de montanhas e cânions, foi algo mágico,” disse Rafael. “Geralmente quando se captura algo assim monitorando em uma telinha de LED, parece que você perde um pouco da magia. Mas quando abrimos as imagens no Resolve e começamos a colorização, encontramos várias possibilidades lindas e esotéricas. Foi dificil escolher só uma. O formato RAW DNG da Cinema Camera oferece muita flexibilidade por não ter compressão. Eu sinto como se pudesse fazer qualquer coisa com a imagem.”
A transferência da filmagem para o DaVinci Resolve foi natural, e nele a equipe aperfeiçoou a imagem RAW como se estivessem alterando a própria Mãe Natureza, e não apenas o filme digital. O fluxo de trabalho baseado em nodes (nós) foi mais intuitivo para Rafael que o típico sistema de camadas que a maioria das ferramentas de colorização oferecem; e Rafael pôde transferir a sua visão para a filmagem e trabalhar detalhadamente com a colorização.
Por exemplo, uma das cenas mostra a paisagem de grama sob o pôr do sol. No início, Rafael pensou que ao tentar preservar o céu, poderia perder detalhes da grama nas sombras (o firmware da Cinema Camera não suportava a visualização de histogramas na época). Porém, acabou descobrindo que era só uma questão de ajuste nas curvas de cores. Sem isso, seria impossível otimizar a exposição da imagem. Outra cena, uma imagem noturna do caçador fumando e bebendo na varanda, era pra ser filmada durante o dia, mas faltou tempo. Foi possível filmar a cena porque Rafael havia trazido consigo uma lâmpada halógena de 1000 watts, apenas por precaução. No entanto, a lâmpada emitia um tom alaranjado na imagem que jamais seria convincente para cenas noturnas. Após o upload no Resolve, ele trabalhou com o balanço de brancos do RAW para criar um efeito realístico de luar.
“Já me perguntaram se eu tive uma equipe grande trabalharam naquela cena, mas a realidade é que foram só cinco pessoas,” ele disse. “Foi tudo filmado no estilo de cinema guerrilha. Tirando essa cena em particular, a maior parte do meu trabalho como diretor de fotografia do Caçador era conciliar as tomadas com o horário certo do dia para garantir a melhor iluminação natural para cada cena. A regra era que não podíamos filmar entre as 11h e 13h, quando o sol estava a pino.”
Apesar do baixo orçamento, o filme independente foi bem sucedido: receberam um dos prêmios mais respeitados do mundo cinematográfico brasileiro, o Prêmio ABC de Cinematografia de Melhor Direção de Fotografia para Curta-Metragem. A cerimônia foi prestigiada também por outros homenageados, como Lula Carvalho (Tropa de Elite, Robocop, e As Tartarugas Ninja), que ganhou o Prêmio Melhor Direção de Fotografia no evento.
“Fomos para a cerimônia sem pensar que podíamos ganhar. Era como se estivéssemos em uma festa com vários famosos,” disse o Rafael. “Ficamos tipo, ‘Poxa, o que estamos fazendo aqui?’ A Blackmagic Cinema Camera foi um salto tecnológico tão grande em relação às cameras que usávamos antigamente que às vezes ate me sinto como se estivesse trapaceando. Como se não fosse eu, mas a camera que fez todo o trabalho duro. Ela é perfeita!”
Avançando na cena cinematográfica Brasileira com confiança
“A Blackmagic nos dá a confiança que precisamos para competir com produções maiores, ou quando participamos de festivais de cinema e premiações grandes como a ABC,” diz Rafael. “Às vezes aqui no Brasil ficamos com um pouco de receio e achamos que não temos o orçamento para produzir imagens como em Hollywood, mas isso não é verdade. Se você tiver apenas o sol e uma câmera da Blackmagic, o resultado irá superar suas expectativas.”
Tags:Blackmagic, Blackmagic Cinema Camera, Blackmagic DaVinci Resolve, Blackmagic Design, DaVinci Resolve