O cinema nasceu preto e branco mas em 1901 ganhou cores. Duas foram as principais tendências nas pesquisas do cinema colorido: a colorização posterior às filmagens e a captação das “cores naturais” durante as filmagens. A princípio, elas causavam deslumbre e foram usadas à exaustão. A colorização nasceu da necessidade de corrigir “imperfeições” da captação, incluindo white balance, erros de exposição, condições variáveis de luz.
Não demorou muito tempo para que produtores e admiradores da sétima arte entenderem que, além da antiga limitação técnica, a ausência ou presença de cores alterava a narrativa de um filme, incorporando-se à linguagem tanto quanto a fotografia, o figurino ou a arte.
Desde então, com objetivos técnicos e artísticos, a correção ou gradação de cores faz parte das escolhas de um diretor para contar uma história.
Um exemplo das motivações artísticas são dois filmes do mesmo diretor, cujas cores são totalmente distintas, como o alaranjado Abril Despedaçado (2001) e o acinzentado Diários de Motocicleta (2004), de Walter Salles.
Outra evidência é que, mesmo com a tecnologia a cores estando disponível a um custo baixo, ainda hoje se fazem filmes em preto e branco, como O Artista (2011), de Michel Hazanavicius e Blacanieves (2012), de Pablo Berger.
Hoje em dia a colorização como técnica de linguagem evolui das telas do cinema para a televisão e hoje está presente em seriados, novelas e documentários. Vale lembrar a recente produção da Rede Globo, a mini-novela O Rebu, que destacava a melancolia dos personagens com uma cor predominantemente azul.
Por definição “Color Grading” é o processo de alterar ou realçar as cores de um filme (em película) ou de uma imagem digital. Este processo pode ser eletrônico, fotoquímico ou digital. O processo fotoquímico é em geral, realizado em um laboratório fotográfico. Atualmente, a correção de cor tanto para cinema, quanto para TV é feita quase totalmente de maneira digital.
Se você ainda não está convencido da importância da colorização, pense que fazer ajustes e efeitos de colorização na pós-produção pode diminuir muito o tempo de filmagem e por consequência diminuir os custos de produção. Algumas situações de luz e cor são demasiado complexas no mundo real, e seria muito caro e demorado realizá-las num set de gravação.
Quase todos os sistemas atuais de correção de cor digital são baseados em poderosos computadores, com grande poder de processamento e armazenagem de dados, aliados a softwares complexos, monitores de vídeo com calibração ajustável e dispositivos de controle e entrada de dados.
No Brasil a colorização é abordada nos cursos de audiovisual como parte das outras disciplinas de “finalização”, por isso, a especialização na área acaba acontecendo no mercado de trabalho.
Bruno Fraga, da Guaiamum Videos, conta que uma opção é fazer cursos do software como o Davinci Resolve, da Blackmagic Design, faça download da versão free do software clicando aqui.
Outra dica é a leitura de dois livros que tratam dos fundamentos da correção de cor e color grading: The Color CorrectionHandbook: Professional Techniques for Videoand Cinema, do Alexis Van Hurkman e The ArtandTechniqueof Digital Color Correction, do Steve Hullfish.
Esses livros não são específicos para nenhum programa. Paralelamente é fundamental tornar-se um observador crítico de como as cores fazem parte da narrativa no audiovisual.
Fonte: Redação TelaBr
Tags:Artist Color, Blackmagic Design, colorização, DaVinci Resolve