Em abril de 2015, o diretor de fotografia Alexander Kubasov, levou uma câmera AMIRA e duas zooms Alura lightweight ARRI/FUJINON para o Himalaia, planejando carregá-las até 7.000 metros de altura do Monte Everest para um documentário sobre uma equipe de alpinistas russos fazendo uma aposta para atingir o pico. Eventos tomaram um rumo dramático quando um terremoto fatal, em 25 de abril, atingiu a montanha, matando 19 pessoas e fazendo a produção parar imediatamente. O Alexander falou com a ARRI sobre sua experiência até este ponto e quais são os planos para a segunda fase das filmagens no próximo ano.
Qual foi a meta original da expedição e das filmagens?
É um documentário sobre a escalada do Everest ou, para ser mais preciso, sobre um grupo de pessoas profissionais e amadores, unidos pela ideia de conquistar o pico mais alto do mundo. Será uma história que aborda a resistência humana, superação de limites e o comportamento das pessoas em situações extremas.
Quando foi que começou?
Iniciamos o projeto em fevereiro deste ano. Além da quantidade enorme de trabalho na própria produção, o período de preparação incluiu duros treinamentos físicos, passamos cerca de um mês no Centro de Inovação do Comitê Olímpico Russo, onde nos preparamos para o estresse físico do trabalho em altas altitudes com ar rarefeito. Depois disso, partimos para Kathmandu em 12 de abril, e de lá viajamos para Lhasa, na Região Autônoma do Tibet na China.
Porque a AMIRA parecia ser uma boa câmera para esta produção?
Haviam várias razões. Primeiro de tudo, precisávamos de uma câmera com alta latitude, pois tínhamos que trabalhar em situações de alto contraste. Ser capaz de gravar uma boa qualidade de som, também era um outro requisito essencial, não tínhamos um técnico de som. A ergonomia da AMIRA é parecida com uma câmera de jornalismo, o que significa que ela pode ser retirada da mala e imediatamente estar pronta para o trabalho. Também apreciamos muito a oportunidade de usar bocais de lentes diferentes, devido que eu já possuo diversas lentes EF.
Quais tipos de cenas você planejou para usar a AMIRA?
Estávamos planejando de usar a AMIRA como a câmera principal para todos as cenas abaixo dos 7.000 metros, já que seria impossível escalar mais alto com qualquer equipamento. Além disso, também tínhamos 20 câmeras de ação para cenas especiais. O fator decisivo para nós na hora de escolher a AMIRA como nossa ferramenta principal, foi que ela era de longe a melhor câmera que poderíamos ter para essa locação e usada de maneira fácil e eficaz.
A AMIRA teve um bom desempenho nestas condições extremas?
Infelizmente, não conseguimos atingir condições mais extremas por conta do terremoto em 25 de abril. No entanto, posso dizer que, para toda a expedição a AMIRA e as zooms Alura funcionaram perfeitamente. Vou dar um exemplo: Depois de uma noite congelante de -30°C, o meu notebook de alumínio contorceu cerca de 1cm, enquanto a AMIRA ligou imediatamente e fomos capazes de iniciar o trabalho. Além disso, frequentemente haviam fortes ventos com muita poeira e pequenas partículas, o técnico tinha que limpar a câmera regularmente, mas isso não interferiu no nosso trabalho e não tivemos qualquer tipo de problema com a câmera ou as lentes.
Olhando para trás, quais foram os recursos mais úteis da AMIRA para esta filmagem?
A ergonomia e o equilíbrio da AMIRA, assim como a facilidade de uso, fizeram dela a câmera ideal para este trabalho, a tela dobrável significa que você não precisa de um monitor on-board, e, o sistema de menu é simples. O fato de que ele não é touch-screen, permite que você o utilize com luvas. Gosto de ter a possibilidade de gravar em Log C usando Luts 3D; trabalhamos em Log C com Rec 709, o qual nos permitia ver uma imagem “típica” de uma TV, mas ao mesmo tempo, eu sabia que eu tinha uma latitude maior considerável e que poderia buscar o look desejado durante a pós-produção. A capacidade de gravar em 200fps disponibiliza uma liberdade adicional da expressão artística e os filtros ND internos, que também foram úteis.
Onde vocês estavam no filme quando aconteceu o terremoto?
O terremoto começou quando tínhamos subido no mosteiro mais alto, cerca de 5.200 metros acima do nível do mar. Ligamos a AMIRA e conseguimos filmar os primeiros choques. Onde estávamos, era aproximadamente um terremoto de magnitude 4, o qual, em teoria, não é tão perigoso, mas quando você vê as rochas caindo bem do seu lado, é muito assustador. De qualquer forma conseguimos obter algumas cenas muito emocionantes.
Quais eram as zooms Aluras?
Tínhamos duas zooms Alura Lightweight, a 15.5-45mm e a 30-80mm, assim como os extensores Alura. Este kit se encaixa perfeitamente aos nossos requisitos, pois cobre amplos comprimentos focais, e ao mesmo tempo, são leves e compactas.
Gostou em trabalhar com as Aluras?
Ficamos muito satisfeitos com a qualidade ótica. Durante todo o período de filmagens, não sofremos quaisquer problemas com as escalas das lentes, mesmo nas mais baixas temperaturas. A Alura grande angular, literalmente nos salvou quando estávamos filmando em pequenas tendas com distâncias mínimas de foco. A distorção em barril (barrel distortion) é muito bem corrigida.
Depois de alguns dias, gradualmente parei de usar o matte box e o follow focus com as Aluras e elas trataram perfeitamente a luz lateral, enquanto o foco manual era suave e intuitivo. Você sabe, uma vez que se trabalha em altitude com medidas de milhares de metros, você começa a calcular o peso de seu kit em gramas, não em quilogramas.
Qual é o plano agora para o resto da produção?
Não estamos planejando desistir e desejamos repetir a escalada no próximo ano, após o qual lançaremos o projeto em duas partes. O terremoto foi amplamente coberto pela mídia internacional e esperamos que nosso projeto seja interessante para os espectadores não somente na Rússia, mas também no exterior.
Tags:ARRI